* Se não fosse o todo, eu não seria quem eu sou.
Provavelmente até minha aparência seria diferente, o nome? Teria nome? Algumas
coisas se preservariam, certamente, mas também algo desvanece. Ainda assim,
tendemos a valorizar mais o que é único em cada um... o que é único?
* como um troço tão grandioso cabe em três sílabas. É como
aquele momento de fricção das galáxias conhecidas até o instante de um primeiro
beijo.
* O beijo é sempre do outro. Assim como a massagem. No auge
de meus 25 anos, me dando conta mais que nunca, a distância da infância, tenho
essas asserções. Na mais tenra idade, raro era o dia que as brincadeiras não me
exigissem vitalidade. Não havia cãibras, afogamentos, e exaustões tão
frequentes como as de agora. Hoje careço muito mais de massagem, porque é outro
metabolismo, outra rotina, tenho os músculos tensos. Para isso preciso de
outras mãos, por mais que consiga tocar os próprios ombros. É preciso que
outros músculos enrigeçam no propósito de relaxar os meus. Assim como o beijo,
que só alcança a plenitude na cumplicidade do gesto.
* Como a massagem, o beijo. São questões físicas que impedem que se pratiquem a si. Nós beijamos a face, ou algum lugar na face, geralmente.
Quando Valesca Popozuda cantou "Beijinho no Ombro", foi a licença poética que lhe garantiu o sucesso ou salvou do ridículo. Ela fala de um amor próprio com a expressão. A licença poética é o que nos salva para irmos onde precisamos ir.
* Como a massagem, o beijo. São questões físicas que impedem que se pratiquem a si. Nós beijamos a face, ou algum lugar na face, geralmente.
Quando Valesca Popozuda cantou "Beijinho no Ombro", foi a licença poética que lhe garantiu o sucesso ou salvou do ridículo. Ela fala de um amor próprio com a expressão. A licença poética é o que nos salva para irmos onde precisamos ir.
* Gilles Deleuze solicita essa licença para dar sua última
entrevista, invocando a condição de "puro espírito" (um desencarnado);
e de que a entrevista só seria publicada após sua morte. De modo que ele
poderia se dar a licença de falar sem a cobrança da clareza, e sim com as
metáforas dos defuntos. As metáforas, parábolas, analogias, as imagens,
encenações ensinam mais que os códigos linguísticos...
* Quando entramos numa com a indústria do cigarro, mais que
aumentar os impostos, ou encarecer o produto, tomamos a medida de proibir a
publicidade, e de incluir outra publicidade (a da advertência). A ação é
concentrada na imagem, pois um dos maiores apelos para o consumo de cigarro não
é a nicotina (o orgânico), mas a estética (sombras na caverna?).
* A arte fala conosco como Deus falaria.
* Jesus igual gente. O primeiro milagre foi transformar
água em vinho (que se transfigura em sangue, no rito eucarístico). O último
milagre foi jorrar sangue e depois água do coração furado pelo soldado. Sangue
e água simbolizam duas coisas diferentes. Jesus fez o movimento de ida e volta
* reflexão sobre a opinião - doutorado da rejane. opinião de
ignorantes - opinar sobre um assunto que se tem pouca informação a respeito
para não passar atestado de "ignorante", "alienado"...
demanda, opiniões a varejo, na vitrine, fiado...
* as camadas de cebola: a necessidade de opinar em tudo. a
juventude como o ponto mais radical e preconceituoso da sociedade. Caetano e o
Proibido Proibir (o preconceito desmistificado contra a tv, contra os
americanos) A referência não é americana, é o que pessoas americanas podem
fazer, a referência é bob dylan, um músico americano e não a música americana
de bob dylan. para caetano, vale mais o estilo que o gênero (a luta por uma
música brasileira)
* "a felicidade" - não precisa escolher uma versão
preferida - essa auto afirmação cai no campo das falsas questões. tom jobim,
tom zé, bituca, quem mais??
* vale mais a estética que o gênero (a luta contra a
guitarra por uma "criação" de "brasilidade")
* a defesa da família é a defesa da família própria, das
heranças perpetuadas num sobrenome, esse sistema que criamos. se não tem
documento, não existe, não é mesmo sargento? papel do jornalista de documentar (eliane brum e o caso
dos analfabetos e sem documentos de propriedade de terra) a oralidade - ponte.
* educação sentimental são as novelas (sempre falam de família
e briga por dinheiro - a mistura é essa)
* quando vc reclama que na sua rua não tem ciclovia, tem rua
que tá faltando tratamento de esgoto. quando vc reclama que na sua rua tem cocô
de cachorro, tem rua que tem cadáver. é uma questão de necessidades. que tamanho
tem o seu umbigo?
* o surgimento do tráfico, al capone, falsificações, lorenzo
daza (o amor nos tempos do cólera - leiam!), especulações, esquemas de
corrupção se assemelham,existe o bandido de colarinho branco (termo que a
rapaziada, que não é boba nem otária usou pra designar os malandros otários)
bandidos que se diferenciam pela capa da hipocrisia. o valor do bandido
marginalizado acaba sendo a honra de não se fingir de santo, é com isso que o
povo se identifica, com charles anjo 45
* "a nossa sociedade pretende formar doutores e não
sábios" - pelo valor que a palavra agrega (a semiótica) os títulos de
autoridade - autoridade policial (polícia), juiz (árbitro), patente alta
(lembrar o funk - sujeito de respeito), jornalista, artista, poeta, o nosso
século transforma substantivos em adjetivos pela necessidade do parecer ser
*A IMAGEM - peças falsificadas pelo valor da imagem. Ensinamos
que não vale tanto o que se é, mas o que parece ser. Imagem por Imagem, também
vende Louis Viton na favela. No ensino médio, todos os meninos querem ser
playboy.
* família marinho, macedo, família neves, família roussef e
a família silva
* nosso milênio ainda é muito jovem para admitir a nobreza
dos negros, índios e nordestinos que construíram nosso país.
* um segredo guardado como a última página de um livro.
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